Novos antirretrovirais aumentam risco de doença no fígado, diz estudo

Pesquisa focou inibidor da integrase e tenofovir alafenamida

Publicado em 24/10/2021
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Um quinto dos participantes desenvolveu esteatose hepática não alcoólica (EHNA) ou a piorou

Estudo associou uso de antirretrovirais mais modernos a maior incidência de fígado gorduroso.

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Pacientes que tomam inibidor da integrase (como dolutegravir) ou tenofovir alafenamida (TAF) - versão mais avançada do tenofovir - apresentam mais doença hepática.

O risco é ainda maior se estas pessoas sofrerem de diabetes ou tiverem massa corporal elevada.

Conduzida pela University Hospital Bonn, da Alemanha, a pesquisa analisou, por três anos e meio (em média), 319 pessoas com HIV e em tratamento com antirretrovirais.

A média de idade foi de 45 anos, 77% eram do sexo masculino e os pacientes foram diagnosticados com o vírus, em média, há nove anos, e estavam tomando medicação há oito anos.

Foram considerados apenas participantes sem hepatite C e com ingestão de álcool inferior a 30 g por dia (dentre homens) e 20 g (dentre mulheres), já que tanto a hepatite quanto o álcool podem causar danos ao fígado.

Segundo a Agência de Notícias da Aids, 19% tomavam um inibidor da integrase (como dolutegravir), 40% um inibidor da protease potenciado (como atazanavir) e 40% um inibidor da transcriptase reversa não nucleosídeo (como efavirenz) como parte de seu tratamento antirretroviral.

Oitenta e seis por cento tinham carga viral indetectável no início do estudo. Seis por cento dos participantes já apresentavam diabetes tipo 2, 20% tinham pressão alta e 46% já apresentavam algum grau de esteatose, incluindo 17,5% com esteatose grave e 13,8% com esteatose avançada.

Durante o período de acompanhamento, 20% dos participantes desenvolveram esteatose hepática não alcoólica (EHNA) ou progrediram para um estágio mais avançado da doença. 

A EHNA aumenta os riscos de desenvolver cirrose e câncer no fígado.

Para quem foi acompanhado por cinco anos, apenas 36% permaneceram sem esteatose até o final do período do estudo, em comparação com 54% no início do estudo.

A proporção com esteatose grave aumentou de 17,5% para 50% no mesmo período.

Trinta por cento de todos os participantes com esteatose no início do estudo experimentaram uma piora do grau de esteatose durante o período de acompanhamento.

A análise de regressão mostrou que 68% dos homens com índice de massa corporal acima de 23 kg/m2 tiveram grande associação ao desenvolvimento de esteatose - em comparação com 25% das mulheres.

O risco de desenvolver esteatose foi mais de sete vezes maior em pessoas com diabetes tipo 2 do que aqueles sem. O risco também foi elevado em pessoas que tomaram tenofovir alafenamida, um inibidor da integrase e aqueles com sempre a contagem de CD4 (células de defesa) abaixo de 200.

Além de ter um risco maior de desenvolver esteatose, os participantes que tomam TAF ou um inibidor de integrase desenvolveram esteatose mais rapidamente ou experimentaram uma progressão mais rápida do que pessoas que tomam outros medicamentos.

Os pacientes que usam de ao menos uma dessas medicações - o dolutegravir e o tenofovir de última geração - também apresentaram risco maior de ganho de peso de pelo menos 5% ou 10% em comparação com pessoas que não tomavam esses medicamentos.

Ao contrário, os participantes que tomavam a versão mais comum do tenofovir, o disoproxil fumarato (TDF), tiveram risco significativamente menor de desenvolver esteatose ou experimentar progressão da esteatose em comparação com pessoas que não tomaram a droga e um risco menor de progressão para EHNA.

 

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