Curso on-line de fotografia gay tem nova turma aberta

Fotógrafo Pedro Stephan é o responsável. Conteúdo faz panorama do fim do século 19 até os dias de hoje

Publicado em 02/08/2020
Bruce Los Angeles: curso de Pedro Stephan falará de arte homoerótica gay
Clique de Bruce Los Angeles, um dos artistas abordados no curso

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Se a nudez feminina é celebrada há séculos em quase todos os cantos do mundo, a masculina é encarada de forma bem diferente.

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Um tabu, pode-se dizer, que precisa ser destrinchado, desmistificado. Uma chance para isso? O curso on-line Foto Gay Homoerótica, que ganha nova edição em 15 de agosto.

Ministrada pelo fotógrafo Pedro Stephan, a aula aborda a nudez masculina do fim do século 19 até os dias de hoje e passa pela biografia de 24 artistas.

"Existe censura explícita contra o homoerotismo. E a foto gay homoerótica enfrenta esse preconceito ao tornar visível essa sexualidade interditada", explica o fotógrafo que lida com o tema desde os anos 1990.

Pedro conta que há mais de 100 anos os fotógrafos que tiveram a ousadia de fazer obra homoerótica pagaram um preço por sua audácia: foram perseguidos, sofreram processos e alguns foram condenados e presos.

"A história da trajetória desses artistas é uma parte importante desse curso", revela.

O conteúdo também trata de importantes fatos históricos. Stephan dá exemplo: "Só no fim dos anos 1960, depois de uma grande batalha judicial, a Suprema Corte dos Estados Unidos liberou o nu frontal masculino pra exibição em revistas. Foi marco internacional e aconteceu apenas um ano antes da Revolta de Stonewall", diz.

O homoerotismo então tem uma contribuição para a contemporaneidade? "Sim ele dá visibilidade e traz luz para sexualidade homossexual, interdita e desfaz a demonização lançada sobre esta", explica. 

O fotógrafo de nudez gay Pedro Stephan
Pedro Stephan tem largo conhecimento sobre o tema desde os anos 1990

Ainda assim, há barreiras imensas. "Para se ter idéia do imenso preconceito que existe, para poder anunciar o curso no Facebook eu tive que refazer o cartaz quatro vezes. Eles censuraram os cartazes que sequer traziam homoerotismo explícito", ele conta. "A desculpa é que 'violava' as normas. Oras, para postar conteúdo de ódio e fake news pode, mas pra apenas anunciar o homoerotismo, não."

Pedro Stephan é mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem MBA em Linguagem Fotográfica pela Universidade Cândido Mendes, onde lecionou história da fotografia.

O curso de duas horas será realizado entre 17h e 19h do próximo dia 15 e custa R$ 100. 

Informações podem ser pedidas pelo e-mail [email protected]. Inscrições também são feitas pelo correio eletrônico. 


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