O Mais Profundo É a Pele é o nome da exposição que estreou no Museu da Diversidade Sexual no último dia 30.
O foco da mostra são as marcas de envelhecimento de pessoas LGBT, que evidenciam resistência, orgulho, autoestima e sensualidade na terceira idade.
As fotografias são assinadas por Rafael Medina, que há mais de uma década se dedica a clicar pessoas e espaços da comunidade arco-íris.
"Eu já fiz um projeto semelhante, em 2017, com homens gays acima de 60 anos, em Berlim - moro entre Berlim e São Paulo - eram nove homens, nu, onde eu tentava entender algumas questões do envelhecimento dentro do meio gay", explicou o artista ao Guia Gay São Paulo.
Medina conta a ideia surgiu a partir de questionamentos dele próprio, como homem gay, e de como seria sua velhice.
Anos depois, ele sentiu vontade de abranger as outras siglas pra entender como seria esse processo com outros corpos.
"Quando eu soube que a parada ia tratar desse tema, eu achei que seria momento oportuno pra poder desenvolver esse trabalho novamente, agora não só com homens gays, mas com mulheres trans, travestis, pessoas transmasculinas, mulheres lésbicas."
Sobre o processo dos cliques, Medina disse que já vem há tempos exercitando olhar plural para toda a diversidade de corpos, além dos sarados, como gordos e de gays afeminados.
"Foi um prazer ouvir essas histórias, porque pra mim, quando eu fotografo, é importante esse encontro, essa troca, quando a troca flui, as fotos crescem", diz.
"Como eu tive oportunidade de ouvir as histórias dessas pessoas, não só do que elas viveram, mas também de como, ainda no presente, elas ainda têm uma vida ativa, realizam sonhos, amam, desejam, vivem, então, pra mim, foi muito enriquecedor pensar que nos meus 60, 70, 80 [anos] eu ainda posso ter uma vida ativa do que essa ideia de que a gente tem que quando se chega numa certa idade as coisas já não são mais pra gente."
Como apontou o fotógrafo, o tema da exposição dialoga com o da 29ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo que é "Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro".
A mostra segue no Museu da Diversidade Sexual até 31 de agosto, de terça a domingo. Mais informações em nossa Agenda.