Em noite despudorada, Bar Fama escolhe a 'Neca de Ouro'

Com critérios originais tais como rigidez e tamanho, público teve escolha difícil e participativa

Publicado em 18/11/2014
Gigante desistente, musculoso que precisou de ajuda e derrière agitaram competição

Alguns foram lá especialmente interessados no evento. Outros diziam não saber qual era o tema, mas se empolgavam ao serem informados de que o Bar Fama, no centro de São Paulo, faria naquela noite nada menos que a finalíssima do concurso "Neca de Ouro". E esse grama vale muitas alegrias - transpareciam os risos de quem comentava a respeito da excitante disputa. 

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Quem recebeu boa parte da clientela, que lotou o lugar, foi o próprio dono, Rey Neves. O clima era de amizade. Muitos são frequentadores de carteirinha e fãs do elenco do lugar. 

Um destaque? Um garçom que vestia apenas um avental - cerceador à frente, mas libertário atrás. O que a peça deixava de fora rendia mil comentários na saída do moço da mesa para pegar a bebida solicitada. "Silicone. Só pode? Será que injetou algo? É muito grande", comentou um com a mente vaga, contrastante com a fixação dos olhos. 

No palco, a noite do sábado 15 apenas esquentava. Uma sunga era vencida pelo volume que dentro dela prenunciava um estouro. Resultado da contenda: uma puxada pelo lado de baixo da peça que revelou um grande (!) competidor ao título em disputa. Palmas e gritos de "delícia" apenas treinavam as mãos e a garganta. 

Minutos depois, um adversário, desajeitado no que pretendia ser uma dança. E quem se importava? Logo ele mostrou que a competição seria dura (ah, o truque questionável do trocadilho!). E longa! 

O público, sentado às mesas de madeira e movido à cerveja, era composto por exatas duas mulheres, cerca de uma dezena de travestis e mais de 40 homens, de várias idades, quando o terceiro desafiante, bem ao estilo go-go boy, exibiu seus músculos gigantes e barriga gomada. Dentro da cueca, entrentanto, a dúvida. 

A hora da briga de espadas (no meio termo entre o figurativo e o denotativo) chegava quando começou uma parte mais interativa. O lugar de provocar risos nervosos e mãos certeiras era juntinho aos clientes. Sunga e desinibição sumiram automaticamente. E dá-lhe conversas ao pé do ouvido. As mãos das palmas arranjaram outro afazer bem mais aprazível. 

Mas chega de treino! Devidamente guiados por Rey, os seis competidores se posicionaram no palco, emoções diversas no público e a disputa foi empreendida. Todos ali para avaliações criteriosas. Rigidez, tamanho, grossura, simpatia.. Ops. esse era apenas do dono, que também foi uma categoria relembradora das misses (aquelas castas). 

Malhadão não ficava "em pé"
"Mas o que é aquilo? Um "atleta" de roupa? O mais musculoso se destacava dos outros, magros, no geral, pelo fato de não exibir o que devia. Até as luzes foram apagadas para que ele se concentrasse. Nada! 

Se até campeões como Ayrton Senna faziam pit stop, aquela parada técnica, estratégica, quem seria aquele competidor para se negar a um auxílio! Em um pulo, ele se transportou do palco para o misto de banheiro e darkroom.

Ali, um mutirão de ajuda (que bateria qualquer Teleton) era feito devotamente. Até de joelhos! Eis que, em poucos minutos, os gritos fortes dos torcedores: ele retornava ao palco devidamente habilitado ao concurso! E superou o teste que todos tiveram de fazer: sem as mãos, balançar o instrumento para os lados e depois para cima e para baixo!

Thalia Bombinha coloca bumbuns na competição 
Quem passou a comandar a rinha então foi a drag queen Thalia Bombinha, que em vez de aparecer como sátira de Annabelle, conforme dito na divulgação, foi de Clara Nunes. E tudo bem! 

Vendo o famoso derrière do garçom, que também entrou na competição, ela não resistiu. Pediu que todos se virassem. O regulamento não previa isso, mas quem iria reclamar? E eis que o dito cujo venceu com folga (viu, Kim Kardashian?).

Entre idas e vindas, um forte competidor não resistiu. O que apontava ao longe (e quase o tocava) resolveu repousar e fazer a vez de prolongamento ao chão. A decepção assentou-se. Mas o show teria de continuar! 

E continuou! O duo que passou pela peneira de palmas e gritos foi aquele inicial! Que resistência! Ao fim, o de sunga vermelha combinou sua negritude com o ouro de sua... sua... sua neca, oras! 


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