Morre Michael Alig, um dos criadores da cultura clubber

Personalidade da noite gay nova-iorquina cumpriu prisão por assassinato

Publicado em 26/12/2020
Michael Alig morreu por overdose de heroína
Michael Alig foi referência na cena underground e ficou preso até 2014

Um dos criadores da cultura clubber, o ex-promoter Michael Alig morreu, aos 54 anos. 

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Fontes policiais ouvidas pelo site TMZ informaram que um ex-namorado apareceu na casa de Michael por volta da meia-noite da sexta-feira 25 e o encontrou morto na cama.

Frascos vazios e heroína foram encontrados próximos ao corpo.

Michael se tornou celebridade na cena underground nova-iorquina no fim dos anos 1980 por pertencer ao Club Kids, grupo que ele ajudou a fundar.

James St. James e DJ Keoki eram alguns dos outros membros do grupo. Eles frequentavam as baladas da época e foram responsáveis por criar termos, modo de vestir e de se comportar na noite LGBT da cidade - uma cultura clubber.

Michael foi interpretado por Macaulay Culkin no filme Party Monster (2003), de Fenton Bailey e Randy Barbato, que aborda o tema.

Essa cultura chegou no Brasil em meados dos anos 1990 por meio do Hell's Club, primeira festa after-hours do País, que era realizada no clube Columbia, na região dos Jardins, em São Paulo, e ganhou espaço na imprensa por meio da coluna Noite Ilustrada, assinada pela jornalista Erika Palomino na Folha de S. Paulo durante toda a década.

A vida de Michael não foi só de glamour. Pelo contrário. Em 17 de março de 1996, ele e seu colega de quarto, Robert D. "Freeze" Riggs, mataram Andre "Angel" Mendelez, que vivia temporariamente no apartamento e era conhecido por traficar drogas nas boates.

Após ouvir discussão entre Michael e Angel, que estava cobrando uma dívida de drogas, Freeze entrou no quarto e o acertou na cabeça três vezes com um martelo. Depois, Michael o sufocou com um travesseiro. 

Os dois desmembraram o corpo e jogaram no Rio Hudson. Por meses, Michael fez piada na cena noturna sobre o assassinato asusmindo a culpa, sem que ninguém o levasse a sério. Somente após parte do corpo aparecerem boiando no rio, em novembro, é que ele foi incriminado.

Os dois assumiram a autoria do crime e foram condenados, em outubro de 1997, por homicídio. Michael ficou preso até 2014, ao ser libertado sob condicional.


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