O influenciador Junior Pacheco está sendo acusado de inúmeros golpes em várias cidades, incluindo chantagem, extorsão e estelionato.
Segundo a Folha de S.Paulo, Valdemir Oliveira dos Santos Júnior (seu nome de batismo) tem 34 anos e é natural de Barreiras (BA), mas a maior parte dos golpes teria ocorrido no Estado de São Paulo.
Na região de Santa Cecília, área central da capital paulista, Junior já seria conhecido por enganar pessoas desde o ano passado.
Um rapaz afirma que foi abordado por ele enquanto corria no Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão. Eles trocaram mensagens e foram jantar. No restaurante, Junior comeu e bebeu, alegou que ia ao banheiro e sumiu sem pagar a conta. Depois, bloqueou o jovem.
A tática de comer sem pagar em restaurante foi denunciada por várias pessoas na reportagem. Uma das vítimas, Vinicius Soares, diz que o prejuízo foi de R$ 900.
Alguns homens relatam que Junior teria praticado o "Boa noite, Cinderela" (colocado droga em suas bebidas) e foram roubados.
Outros denunciaram à polícia casos de extorsão. O influenciador teria ligado para eles afirmando que os denunciariam à polícia por saber que teriam comprado drogas e exigia dinheiro para ficar quieto.
Os golpes se espalham por vários tipos de estabelecimentos: no Gadeilha's Cabeleireiros, em Higienópolis, ele teria fugido sem pagar conta de R$ 450; na floricutlura Baronesa, em Santa Cecília, o calote foi de R$ 15; no pet shop Cobasi, na Avenida Angélica, na mesma região, o prejuízo foi de R$ 350.
A tática mais usada pelo influenciador para não pagar é alegar que teria feito um pix, o qual nunca chega.
Os calotes também atingiam garotos de programa e, de novo, alegava problemas com aplicativo do banco no momento do pix.
Em um caso, ele teria ameaçado um michê com uma seringa para tentar drogá-lo ao ser cobrado. A vítima fez boletim de ocorrência em maio de 2024.
Uma artista plástica de Itatiba (SP), Maria Isabel dos Santos, também foi à polícia denunciar o não recebimento de mais de R$ 15 mil por três quadros vendidos para ele. As obras foram recuperadas e o processo arquivado. Outros dois artistas tiveram problemas e também o denunciaram.
A reportagem também aponta outro tipo de golpe que envolve criadores da raça canina lulu da Pomerânia.
A DJ Cacá Werneck, esposa de Monique Evans, e criadora dessa raça, foi à polícia do Rio de Janeiro, denunciar Pacheco por usar sua imagem em estelionatos.
O casal fez um trabalho junto do influenciador e, a partir daí, ele teria usado sua foto junto de Cacá para aplicar golpes em canis.
A veterinária Alessandra Galvão perdeu R$ 4.500 com essa tática do influenciador.
Segundo vizinhos, Pacheco é visto caminhando frequentemente pelas ruas de Santa Cecília com lulus da Pomerânia.
Na década passada, o suspeito teve um escritório de design de interiores em São José dos Campos (SP). A proprietária do imóvel diz que o inquilino nunca mais apareceu, mas que é comum ser procurada por vítimas dele.
Lá, ele foi bastante reconhecido e ganhou destaque como decorador em publicações nacionais, como Casa Vogue e Casa Cláudia, além de colunas sociais.
Junior Pacheco tem um canal no Youtube chamado Porta Aberta, no qual mostra a casa de famosos, tais como Nany People, Rita Cadillac, Naldo e Nicole Bahls. Todos os vídeos foram postados entre cinco e dois anos atrás.
O decorador e influenciador teria trocado a cidade do interior por São Paulo após multiplicarem as denúncias contra ele - como no portal Reclame Aqui - de golpes. Em uma loja de calçados o prejuízo causado teria sido de R$ 6.600. Num restaurante, R$ 2.000.
A reportagem tentou contato com Pacheco por vários meios para ouvir sua versão e não teve sucesso. A Folha informa que ele chegou a bloqueá-la no Instagram.
