Zona Leste ganha mostra gratuita com peças, shows e debates LGBT

Mostra Excêntrica ocupa a Oficina Cultural Alfredo Volpi durante todo o mês de outubro

Publicado em 02/10/2018
Sasha Zimmer e Homorgias estão na programação da Mostra Excêntrica: série de peças, shows e debates para a comunidade gay e LGBT na Zona Leste
Performance de Sasha Zimmer (à esq.) e expo 'Novas Mitologias' integram a programação

A partir desta terça-feira 2 e até o dia 27 de outubro, a Zona Leste sedia um evento que conta com rodas de conversa, espetáculos teatrais, exposição performance, filme e festa voltados ao público LGBT.

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Totalmente gratuita, a Mostra Excêntrica ocupará a Oficina Cultural Alfredo Volpi, em Itaquera, com objetivo de promover diálogo sobre questões da nossa comunidade e provocar debates e questionamentos sobre corpo, sexualidade, identidade e arte.

Idealizada pelo Coletivo Sankofa, a mostra foi financiada pelo Programa de Valorização de Iniciativas Culturais da Secretária de Cultura da cidade, o VAI.

"Excêntrico, para nós, refere-se a aquele que incomoda, que está à margem, fora do padrão ou de um centro", explica Rodrigo Mar, integrante Sankofa e um dos organizadores.

Confira a programação:

Terça, 2/10
19h - Coquetel de abertura

19h - Abertura da exposição Novas Mitologias de Bruno Marcitelli e acervo do Museu da Diversidade Sexual
O artista apresenta uma coleção de imagens inspiradas em pinturas clássicas. Recriadas sob a perspectiva da contemporaneidade, corpos gays, negros, trans e periféricos clamam para si o protagonismo das narrativas e reconfiguram de modo crítico e criativo a própria história da arte.
Duração: até o fim da mostra.
Classificação indicativa: livre

20h - Roda de Conversa "Disputas de narrativas e resistências na Arte"
Com Erica Malunguinho (Aparelha Luzia) e Jefferson Mateus (Museu da Diversidade Sexual).
Duração: 1h30.
Classificação indicativa: 14 anos.

Quarta, 3/10
20h - Meninos Também Amam
Escrito e dirigido por Rafael Guerche, espetáculo é composto por atores totalmente nus, que falam sobre afeto e violência em uma tentativa de legitimar a naturalidade de seus desejos e de seu direito à vida.
Duração: 60 minutos. 
Classificação indicativa: 12 anos

Sábado, 6/10
17h - Roda de conversa "Espaços de referência e resistências na cidade"

Com Franklin Félix (psicólogo e militante), Bruno Oliveira (Casa 1) e Ana Caroline (Centro de Cidadania LGBTI Laura Vermont).
Duração: 1h30.
Classificação Indicativa: 14 anos

19h - Pocket show com Monna Brutal
9/11, álbum de lançamento da Monna Brutal, nessa sua nova fase da carreira, que veio para trazer enigma, gerar questionamentos. São músicas que falam sobre a força da transfeminilidade, a luta das bichas afeminadas. Exalta a força ancestral de Satã, a qual as bichas-trans-pretas, como escória dessa sociedade, são lançadas para marginalidade, para a obscuridade e precariedade da vida.
Duração: 30 minutos.
Classificação Indicativa: livre

Quarta, 10/10
20h - Dama da Noite

Espetáculo com Luiz Fernando de Almeida e direção de Andre Leahun fala sobre um ser humano que vê o mundo e não se sente inserido no que vê. Amor, sexo, solidão e aids são alguns dos temas discutidos pela personagem.
Duração: 60 minutos.
Classificação indicativa: 18 anos

Quarta, 17/10
20h - Cartas a Madame Satã ou Me Desespero Sem Notícias Suas

No fragmento do espetáculo do grupo Os Crespos, vemos em um quarto um homem negro que se relaciona com a mítica figura de Madame Satã, interpretado por Sidney Santiago.
Duração: 35 minutos
Classificação indicativa: 14 anos.

Cartas a Madame Satã: peças gays estão na Mostra Excêntrica na Zona Leste de SP
Fragmento de 'Cartas a Madame Satã' integra a programação do evento

Sexta, 19/10
19h - #2017-445

Performance teatral do coletivo Bixa Pare expõe o revoltante fato de termos 445 mortes registradas por LGBTfobia em 2017. 445 vidas que foram interrompidas apenas por expressarem suas condições neste mundo. São estouros que alertam a nossa existência no país que mais mata a população.
Duração: 45 minutos.
Classificação indicativa: livre.

20h - Economicamente Gay
Documentário de 2011 produzido e idealizado por Adri Ona trata de um jovem residente do bairro Jd. São Luiz, periferia de São Paulo. No curta-metragem, investiga-se a questão da homossexualidade na periferia, a descoberta, a discriminação e o preconceito por uma população que, muitas vezes, tem seus primeiros contatos em relação a essa temática por meio do que as mídias, no geral, expõem.

Frente à representação dos gays de classe média/alta, as demais identidades gênero dissidentes não são tão comumente retratadas nas pautas e grades de programação midiáticas e é essa "escolha" que o documentário cutuca, investigando na rua os efeitos da "representatividade escolhida a dedo".
Duração: 30 minutos.
Classificação indicativa: livre.

Quarta, 24/10
20h - Gotas de Codeína

No espetáculo, com Luiz Fernando de Almeida, conta-se a história de Cesar, um homem comum, que aparenta estar contente com a vida que leva, mas que no fundo está profundamente deprimido. A peça revela intimidades de um homem casado que vive atrás de máscaras, sem coragem de assumir seu verdadeiro eu.

Cesar, como tantos outros, já não suporta mais continuar e pensa em acabar com a própria vida. A plateia é convidada a vivenciar juntos, alguns momentos cotidianos do personagem, enquanto reflete sobre questões como amor, família, sexualidade e felicidade. Até que ponto podemos fugir do que realmente somos? Vale a pena viver uma vida pela metade?
Duração: 50 minutos.
Classificação indicativa: 18 anos.

Sábado, 27/10
15h - Performances drag

A cultura drag ganha destaque nessa edição da mostra com Alexia Twister, Lavinia Storm, Sasha Zimmer e Akira Werneck. Com muito brilho e bateção de cabelo, essas divas colocam as monas, manas e manos para dançar.
Duração: 60 minutos.
Classificação indicativa: livre.

16h30 – Pátria Amada
CiA dXs TeRrOrIsTaS apresenta atentado poético inicialmente projetado para a 21º Parada do Orgulho LGBT de São Paulo em parceria com o coletivo Diretores de Cena Brasil. Na tentativa de lavar uma bandeira de sangue, os terroristas poéticos são marcados do mesmo vermelho que tinge o país que mais mata a população LGBT no mundo.

Essa violência rodeada de um festejo que celebra, luta, mas também ignora as forças que estão em jogo nas periferias, onde o glamour é sentenciado, o glitter não brilha e as cores são desbotadas. Para aqueles em que o armário ainda é front de sobrevivência.
Duração: 40 minutos.
Classificação indicativa: livre.

19h – Baile Helipa LGBT+
Helipa LGBT+ é o rolê chave das manas da quebrada na região da zona leste que pretende democratizar os fluxos para o público LGBT+ e, ao mesmo tempo, descentralizar as baladas gays de São Paulo. As manas não precisam ir para o centro. É uma mistura de funk, brega-funk, pop, tribal house e outros bate-cabelos.
Duração: 60 minutos.
Classificação indicativa: livre.

20h – Pocket Show com Rico Dalasam
Rico Dalasam desafia a noção de normalidade na música e nas questões de gênero, inaugurando a cena queer rap do Brasil aos 25 anos de idade. No fim de 2014, após já ter trabalhado como cabeleireiro e editor de moda, ingressou no rap nacional, tornando-se uma das principais apostas da música nacional contemporânea.

Lançou, em 2015, seu primeiro trabalho, o EP Modo Diverso, reunindo seis músicas autorais que narram suas experiências de vida enquanto jovem, negro e gay, morador da periferia da Grande São Paulo. Rico percorreu um longo caminho, construído novas narrativas até lançar seu primeiro álbum Orgunga, no qual conta seus melhores orgulhos.
Duração: 30 minutos.
Classificação indicativa: livre.

Todos os eventos são gratuitos e sujeitos à lotação. A Oficina Cultural Alfredo Volpi fica à Rua Américo Salvador Novelli, 416, Itaquera, telefone 2205-5180.


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