Muitos paus e sexo explícito gay: 'Rotting in the Sun' vale a pena?

Longa de Sebastián Silva virou assunto por causa da ousadia de algumas sequências

Publicado em 27/09/2023
Filme gay Rotting in the Sun tem nudez e sexo explícito
Jordan Firstman e Sebastián Silva: encontro em praia de nudismo deu o que falar

Por Marcio Claesen

Misto de comédia e suspense, Rotting in the Sun é um dos filmes gays mais falados do momento e está disponível na plataforma de streaming Mubi.

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O longa do chileno Sebastián Silva ganhou atenção mundial por causa de uma sequência com incontáveis pênis à mostra e sexo real. "Filme das p*cas" tornou-se um de seus apelidos.

A história gira em torno de um diretor de cinema em crise criativa (vivido por Silva e que leva o seu próprio nome) que encontra no influenciador Jordan Firstman (também vivido pelo ator homônimo) a chance de encampar um projeto que dará retorno financeiro e de público.

Mas algo acontece com Sebastián e Jordan iniciará uma investigação extraoficial para entender o que aconteceu e se há culpados em seu desaparecimento.

O hedonismo e o narcisismo são os principais focos do cineasta, que desenvolve o enredo em meio a corpos nus e sexo desenfreado ao mesmo tempo em que tudo deve ser contado e mostrado aos seguidores das redes sociais - do prazer ao desespero.

Talvez o principal problema do longa seja a falta de carisma de Silva (seja o personagem ou o ator). A história foi construída em cima de um homem viciado em drogas e que passa parte do tempo pensando em suícidio num bairro chique da Cidade do México.

Quando Silva desaparece, há uma ousadia de tirar o protagonista da história. Porém, a sensação é de quase alívio: o personagem é chato, com poucas nuances e apático.

Neste momento, o foco vai para Jordan, que é quase o oposto: histriônico, sexy, falante, manipulador, cheio de vida.

 

Ainda que o influenciador seja quase uma overdose difícil de suportar em suas primeiras cenas, ele vai ganhando mais contornos no decorrer da trama tornando-o surpreendemente interessante. 

Já a Señora Vero (Catalina Saavedra) desperta a curiosidade do público desde o início. De poucas falas, a empregada observa tudo que se passa a seu redor e vai ganhando espaço até ser a personagem-chave da história.

A composição da atriz é admirável. Basta um olhar para transmitir desaprovação, medo ou resignação. Do início ao fim, há coerência na narrativa da personagem e no modo de interpretação escolhida.

Em entrevistas, Silva contou que poderia ter tirado um pouco dos pênis da tela, mas que eles são um traço importante para compor Jordan, que é muito sexual. 

De fato, ainda que se fale muito sobre as sequências de nudez, elas não parecem gratuitas. Estão tão bem inseridas na trama que só chamam atenção por causa do nosso próprio pudor de lidar com corpos nus.

No fim das contas, Rotting in the Sun acerta em tirar de cena seu elo mais fraco e explorar as duas figuras mais intrigantes do roteiro. Se falta magnetismo no início, sobram perspicácia e expectativa no restante.

 

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