China prende mulheres que publicavam literatura erótica gay

Governo dá tratamento diferente a quem escreve conteúdo heterossexual

Publicado em 04/07/2025
Literatura erótica gay
Ficção erótica gay caiu nas graças das mulheres chinesas

Ao menos 30 pessoas - a maioria mulheres na faixa dos 20 anos - foram presas na China, desde fevereiro deste ano, por publicarem literatura erótica gay.

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Segundo a BBC, muitas dessas pessoas estão em liberdade sob fiança aguardando julgamento, mas outras ainda estão detidas.

Os artistas publicaram seus trabalhos na Haitang Literature City, plataforma hospedada dem Taiwan conhecida pelos seus "danmei", gênero que aborda amor entre garotos e ficção erótica.

A publicação compara com 50 Tons de Cinza, numa versão gay e com final feliz. Ao longo dos anos, muitas mulheres chinesas passaram a ser fãs ardorosas desse segmento.

Os autores estão sendo acusados de violar a lei chinesa contra pornografia por "produzir e distribuir material obsceno" e podem ser condenados a até 10 anos de prisão.

A lei visa "descrições explícitas de sexo gay ou outras perversões sexuais". A reportagem lembra que representações heterossexuais costumam ter mais liberdade. Autores aclamados, como Mo Yan, têm sequências explícitas em suas obras que estão amplamente disponíveis no país.

Aqueles que relataram ter sido presos se recusaram a ser entrevistados, temendo repercussões. A polícia da cidade de Lanzhou, no noroeste do país, acusada de conduzir essa repressão, não respondeu à publicação.

Uma hashtag apontando a prisão dos autores recebeu mais de 30 milhões de visualizações no Weibo (uma das maiores redes sociais do país) antes de ser censurada. Uma reportagem em importante site de notíciais local foi tirada do ar e contas de escritores e de apoiadores do "danmei" também estão caindo.


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