Homofobia é tema do premiado 'A Golondrina', que volta aos palcos

Peça de temática gay reestreia em São Paulo em espaço em Pinheiros

Publicado em 04/07/2023
A Golondrina: peça gay reestreia em São Paulo
Luciano Andrey e Tania Bondezan estrelam espetáculo. Foto: Odilon Wagner

Com texto do premiado autor espanhol Guillem Clua e direção de Gabriel Fontes Paiva, A Golondrina retorna aos palcos de São Paulo.

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Com Tania Bondezan (que também assina a tradução) e Luciano Andrey, o espetáculo já foi montado em Londres, Espanha, Grécia, Porto Rico, Peru e Uruguai, dentre outros países, e faz nova temporada em São Paulo.

O texto é inspirado no ataque terrorista ao clube LGBT Pulse, de Orlando (Estados Unidos), em junho de 2016, mas nele também ecoam as tragédias do bar Bataclan, em Paris, do calçadão em Nice, ambas na França, e em Las Rambla, em Barcelona, na Espanha.

É uma tentativa de compreender a insensatez do horror, as consequências do ódio e as estratégias que usamos para que eles não nos destruam a alma.

A história mostra o encontro de Ramón (Luciano Andrey), sobrevivente de um ataque semelhante, com Amélia (Tania Bondezan), uma severa professora de canto, que também tem sua história ligada a esse trágico evento. Os personagens vão revelando detalhes de suas trajetórias, que se entrelaçam como num quebra-cabeças.

"A obra me encantou de tal maneira que, enquanto lia o texto pela primeira vez, parecia que aquelas palavras cabiam na minha boca, como se eu tivesse vivido tudo aquilo. Foi amor à primeira vista", conta Tania, que venceu o Prêmio Shell de melhor atriz pela montagem em 2019.

"Minha personagem Amélia, que, por coincidência, é o nome da minha mãe, é uma mulher severa e sofrida, sobrevivente de uma tragédia. A vida foi mais generosa comigo, mas somos ambas mães que amam e protegem suas crias, que tentam acertar e carregam culpa o tempo todo, o que nos aproxima. Representá-la é um exercício de mergulhar nas minhas emoções."

Ela continua: "O ataque ao bar Pulse deixou 49 vítimas do preconceito e da homofobia. Mas aqui no nosso país, este tipo de ataque ocorre quase que diariamente e mais grave ainda, de maneira silenciosa. Isso justifica a necessidade de montar este texto atualíssimo, que fala de relações humanas, familiares e da necessidade do entendimento e do perdão."

"O texto poderia se passar em qualquer grande cidade do mundo", destaca Luciano. "Os temas que ele trata – sem maniqueísmos – são absolutamente pertinentes ao momento atual. Expõe o ponto de vista completamente distinto de dois personagens sobre determinado fato, mas sem julgamentos. Ambos têm razão em suas questões."

A Golondrina faz temporada, de sexta a domingo, no Teatro Bravos, em Pinheiros, que fica próximo à Estação Faria Lima do metrô, a partir desta sexta-feira 7. As sessões seguem até 30 de julho. Mais informações você tem em nossa Agenda clicando aqui.

 

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