A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, na quarta-feira 19, que a gonorreia está se tornando cada vez mais resistente a antibióticos.
Entre 2022 e 2024, a resistência da doença à ceftriaxona aumentou de 0,8% para 5% e à cefixima subiu de 1,7% para 11%.
Já a resistência à azitromicina permaneceu em 4% no período.
Os dados são do Programa Ampliado de Vigilância Antimicrobiana da Gonorreia (Egasp, na sigla em inglês) da OMS.
Participam do estudo 12 países de quatro continentes: Brasil, Suécia, Uganda, Malawi, África do Sul, Catar, Índia, Indonéia, Vietnã, Filipinas, Camboja e Tailândia.
De acordo com a Folha de S.Paulo, foram reportados 3.615 casos da infecção sexualmente transmissível (IST) em 2024.
A idade média dos pacientes foi de 27 anos - mas há casos dos 12 ao 94 anos.
Entre os infectados, 20% eram homens que fazem sexo com homens e 42% relataram múltiplos parceiros sexuais nos últimos 30 dias.
Camboja e Vietnã registraram as maiores taxas de resistência aos medicamentos.
O relatório clama por mais investimentos nesse projeto para ampliar e manter o monitoramento global da resistência da gonorreia aos antibióticos, além de melhorar a capacidade de diagnóstico e garantir acesso equitativo a novos tratamentos para ISTs.
A gonorreia é uma infecção transmitida pela bactéria Neisseria gonorrhoeae geralmente por contato sexual, que pode ser pelo pênis, vagina, ânus e boca.
Pode levar uma semana após a infecção para que os sintomas apareçam - os mais comuns são corrimento no pênis e dor ao urinar e nos testículos, nos homens, e corrimento vaginal e dor pélvica, nas mulheres - mas também é comum que não surja nenhum sintoma.