Balada GLS convida Mara para cantar e é criticada por fãs

Trash 80's passou por cima de declarações homofóbicas da cantora, que a tornaram 'persona non grata' dentre os LGBT

Publicado em 07/05/2015
Mara Maravilha cantará na Trash 80's que sofre críticas por convidar cantora homofóbica em balada gay friendly
Mara se apresentará na Trash 80's em meio a críticas

Imagina você: um cantor faz uma declaração racista, ganha, obviamente, a antipatia da maioria dos negros e de muitos que são a favor dos direitos humanos. Dois anos depois, ele é anunciado com pompa e circustância como a maior atração de uma balada com enorme público de rapazes e moças negros. Acha absurdo?

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Pois troque algumas coisas nessa situação e você terá uma realidade. No próximo sábado 09, a festa Trash 80's receberá Mara Maravilha, a mesma que em 2013, fez declarações homofóbicas.

Em participação no programa Muito Show, na RedeTV!, a cantora, evangélica, disse que ser gay "é uma escolha", falou a favor da cura gay, defendeu o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) e condenou o beijo gay em público, chamando-o de "aberração".

Entrentanto, para o responsável pela festa, Enéas Neto, cabe contemporização. "O fato dela aceitar se apresentar numa festa que tem o lema da diversidade como premissa já demonstra que ela pode ter ponderado sobre declarações do passado. Afinal, que jogue a primeira pedra quem nunca se arrependeu de algo dito", disse ao Guia Gay São Paulo

O arrependimento fica apenas nas suposições de Neto. Mara jamais se arrependeu do que disse e se vitimizou dizendo que sofre "bullying" - deturpando o conceito do termo - por conta de suas opiniões.

A questão que incomodou os fãs não é o dela ter aceitado se apresentar, mas o da festa tê-la convidado. Na própria rede social da Trash, a maioria de seus seguidores condenou o convite à artista homofóbica, dizendo-se decepcionados. "Estou mega desapontado", disse um; "oportunista", taxou outro. 

No mês em que completa 13 anos, a Trash 80's, que teve uma missão importante ao resgatar a cultura de uma década rica e influente musicalmente, mostra que talvez tenha perdido a relevância ao não entender que o conceito de diversão jamais deve passar por cima de nossa essência. 


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