O cantor Junior Lima falou sobre a fama de ser gay que o acompanha desde a adolescência e que é alvo de homofobia, mesmo sendo heterossexual.
"Isso, para mim, gerou uma série de coisas, que na época eu não entendia, mas gerou uma insegurança absurda", comentou o artista, hoje com 41 anos, em participação no Saia Justa, do GNT, na quarta-feira 6.
"Por ser um homem, principalmente ali no final dos anos 1990, 2000, que era completamente diferente de hoje em dia, da consciência de hoje. Eu sempre fui um homem que viveu na arte, na música, dançando, compondo, é um ambiente extremamente feminino, estava o tempo todo com a minha mãe, a minha irmã", lembrou.
Junior começou a carreira, junto à irmã Sandy, com apenas seis anos em 1990. No decorrer da década, já adolescente, ele passou a ser alvo de muitos boatos de que era homossexual.
"Eu tive uma sensibilidade muito aflorada. Eu era um homem empático, preocupado com as mulheres ao meu entorno. Isso se voltava contra mim", explicou.
"Não é uma questão de fama de gay ou não. Eu sou super respeitador e aberto, não tenho o menor tipo de preconceito, mas naquela época até tivesse um pouco mais, porque eu era moleque de tudo, num período muito machista."
Ele prossegue: "O que isso gerava em mim, era sempre à base de fofoca, reflete em mim até hoje. 20 anos de análise, tive que peitar muita coisa, ser muito corajoso, para continuar sendo quem eu simplesmente era. Não negar minha sensibilidade, minha empatia. Isso era confundido, um cara que se permitia dançar, como assim?"
"Isso me atrapalha até hoje na minha profissão. Tem gente que tem preconceito comigo até hoje, eu sou um homem hétero que frequentemente sofre com homofobia. É muito louco falar isso, mas é real", finalizou.