Vida de Pedra D. Córdoba vira tema de peça em São Paulo

Espetáculo faz temporada até 2 de setembro no Espaço dos Satyros Um

Publicado em 08/07/2019
Márcia Dailyn e Raphael Garcia em Entrevista com Phedra
Márcia Dailyn e Raphael Garcia estão no espetáculo. Foto: Annelize Tozetto

Um dos ícones da cena teatral underground de São Paulo, Phedra D. Córdoba terá sua vida contada na peça Entrevista com Phedra, que estreia nesta segunda-feira em São Paulo.

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Estreia do jornalista Miguel Arcanjo Prado como dramaturgo, o espetáculo é baseado nas entrevistas que o próprio autor fez com a atriz durante inúmeros encontros.

"Escrevi inspirado nas entrevistas que fiz com Phedra em seu apartamento da praça Roosevelt, onde vivia com seu gato Primo Bianco. É uma peça cercada de amor, como forma de homenagear a memória dessa grande abridora de caminhos nas artes da América Latina e que foi minha amiga", explicou Arcanjo.

Dirigida a quatro mãos pelo argentino Juan Manuel Tellategui e por Robson Catalunha, a peça traz Márcia Dailyn, primeira bailarina transexual do Theatro Municipal de São Paulo, no papel de Phedra. Já Raphael Garcia, um dos fundadores do Coletivo Negro, vive Arcanjo.

"A peça nos aproxima daquela que deixou marcas nos corações de seus mais chegados e daqueles que a lembram dos palcos e das noites paulistanas", afirma  Tellategui.

Catalunha, que dirigiu o último monólogo da diva, Phedra por Phedra, revela que todo o processo foi um "carrossel de emoções". "Phedrita com sua luz e energia tem nos inspirado e guiado a cada ensaio, a cada lembrança de sua fala, de suas castanholas e até mesmo de como esbravejava quando não gostava de algo. Ela nos inspirava e nos divertia no Satyros. Sua alma está neste espetáculo", fala.

Márcia se emociona ao explicar como é interpretar Phedra. "Ela foi minha amiga e me deu muitos conselhos quando cheguei para dançar no Theatro Municipal de São Paulo. Tinha um carisma único. Interpreto essa grande personagem com muito respeito, carinho e amor. Sinto-me honrada em ter herdado seu título de diva da praça Roosevelt", conta.

Garcia fala sobre seu personagem: "Interpretar Miguel Arcanjo, que nos conta diariamente a história do teatro brasileiro contemporâneo, é um prazer, sobretudo, por entrar em contato com esse encanto que ele nutriu por Phedra, essa curiosidade típica do jornalista que o levou a conhecê-la de perto na tentativa de desvendar essa mulher tão marcante."

Gustavo Ferreira, diretor de produção, diz que a peça "resgata a história de Phedra D. Córdoba para as novas gerações": "Sinto que minha grande amiga revive com alegria neste projeto", finaliza.

Nascida na capital cubana, Havana, Phedra mudou-se para o Rio de Janeiro e assumiu sua transexualidade aos 21 anos. Trabalho em teatros de revista com nomes importantes da época, como Consuelo Leandro, e desde 2003 tornou-se musa da Praça Roosevelt, o coração do teatro alternativo de São Paulo. Phedra morreu aos 77 anos, em 2016. Ela sofria de câncer no pulmão e nos rins.

A peça faz temporada todas as segundas até 2 de setembro no Espaço dos Satyros Um. Mais informações você tem em nossa Agenda clicando aqui.


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