Mostra aprenseta 76 obras do coletivo nova-iorquino Gran Fury que, entre 1988 e 1995, fez campanhas e ações para conscientizar a sociedade sobre a crise da aids.
A exposição discute os limites e os alcances das campanhas gráficas do grupo, bem como a ideia da arte como estratégia no campo ativista, impulsionado por pessoas LGBT para ampliar a consciência sobre o HIV/aids.
"O Gran Fury é parte de uma história ativista do uso politizado das ferramentas de comunicação e da subversão de imagens e discursos dominantes, abrindo território para o que na década de 1990 tornou-se conhecido entre coletivos de arte ativista e movimentos sociais como 'mídia tática', que é a produção de um novo tipo de estética por grupos e indivíduos oprimidos ou excluídos da cultura geral, trabalhando com formas expandidas de distribuição cultural e intervenção semiótica nas ruas, valendo-se de diferentes suportes visuais”, esclarece o curador André Mesquita.
Segundo Mesquita, "dizer que 'a arte não é o bastante' não significa abandonar permanentemente a arte em favor da militância, ou apontar a ineficácia de uma prática artística para a transformação social. Ao contrário, a declaração do Gran Fury propõe que já não basta mais fazer uma arte sobre a crise, mas que momentos de crise são também momentos revolucionários de imaginação radical e de confrontação de sistemas hegemônicos e opressores”.
“Sua obra gráfica nos provoca a pensar sobre a necessidade e a urgência de artistas, ativistas e agentes culturais se articularem como força política solidária em direção à ação direta, caminhando junto a movimentos contestatórios”, conclui.
Gran Fury: Arte Não É o Bastante integra a programação 2024 do Masp que é dedicada às histórias da diversidade LGBT.