Com casal gay e personagem bi, Ti Ti Ti reestreia na Globo

Trama exibida em 2010 tem o casal Julinho (André Arteche) e Osmar (Gustavo Leão) e depois par com Thales (Armando Babaioff)

Publicado em 27/03/2021
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Julinho e Osmar estão juntos na trama. Morte desfaz casal. Tempos depois, o primeiro se apaixona por Thales

A partir desta segunda-feira 29 pode haver casal gay e personagem bissexual no horário vespertino da TV Globo. É quando a novela Ti Ti Ti estreia no Vale a Pena Ver de Novo.

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Remake de sucesso de 1985 de Cassiano Gabus Mendes, a trama de Maria Adelaide Amaral teve bons índices de audiência em 2010 e nunca havia sido reexibida.

À história original do duelo dos costureiros Jacques Leclair (Alexandre Borges) e Victor Valentim (Murilo Benício) somaram-se outras, que foram criadas especialmente para a segunda versão.

Uma delas é o romance entre Julinho (André Arteche) e Osmar (Gustavo Leão). O romance conquistou o público, porém durou pouco. Osmar sofre acidente fatal e deixa o namorado inconsolável.

À época, o jornal O Estado de S.Paulo relatou que a autora se surpreendeu com o sucesso do casal gay e que por causa disso pensou em novo par romântico para o cabeleireiro Julinho.

E ele veio, mas depois da metade da trama. Casado com a hilária Jaqueline (Cláudia Raia), Thales (Armando Babaioff) mostra-se bissexual à certa altura dos capítulos e inicia relacionamento com Julinho. 

Pode parecer natural em 2021, mas há 11 anos eram raríssimas as demonstrações de amor romântico homossexual no horário das sete. Os casais e as menções ao tema, em geral, quando existiam, eram em tom de sátira e deboche.

"Nenhuma outra novela tratou com tanta parcimônia e propriedade como Ti Ti Ti. É inédito isso. Gilberto Braga está prometendo o mesmo em Insensato Coração. Vamos ver", comemorava, ao R7, à época, o crítico de TV Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, citando a novela de Braga, que estrearia no ano seguinte e bateria recorde em número de personagens LGBT em telenovelas até então (sete).

"Vi algumas cenas e a abordagem da autora contribui com muita visibilidade para que a sociedade possa debater o tema", concordava o então presidente da ONG Arco-Íris, Julio Moreira, uma das maiores entidades LGBT do País.

"Há uma mudança no padrão estereotipado de antes. Na verdade, não há um modelo de gay. Ele é mais um elemento dentro do vasto universo do ser humano. Vamos continuar lutando para que o homossexual seja mostrado assim na TV."


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