O Coletivo Dupla Maternidade, composto por mulheres LBT que vivem maternidade dupla, criticou o desenvolvimento da trama lésbica em Vale Tudo.
Nesta semana, a autora Manuela Dias incluiu, na história, o pai biológico de Sarita (Luara Telles), causando desconforto e preocupação nas mães adotivas da menina, Cecília (Maeve Jinkings) e Laís (Lorena Lima).
O homem disse ter conseguido o contato no abrigo onde a criança estava, o que não é permitido na vida real. Dias já havia feito algo semelhante em Amor de Mãe (2019/2021), mas com a mãe biológica tentando contato com a criança adotada, naquela novela, por um casal hétero.
"Não existe pai biológico em uma família de duas mães", afirmou, em carta aberta, o coletivo. "Mas é inacreditável que em 2025 o que poderia ser representatividade seja transformado em desinformação, preconceito e desserviço."
Para o grupo, inserir um pai para a menina "reforça as violências diárias" e pediu que a história da família seja revista "para uma abordagem mais construtiva e afetuosa".
"Para que a novela contribua de fato com as nossas famílias, e não apenas use o assunto de forma oportunista."
Tanto Maeve quanto Lorena se manifestaram na publicação do coletivo.
"Todo meu amor e respeito ao coletivo, e a todas as mães adotivas e casais de mulheres. Desde o início busquei compreender a alma dessas famílias", escreveu a intérprete de Cecília.
Lorena afirmou: "Que tenhamos mais chances de contar nossas histórias. É imenso meu respeito e admiração pelo coletivo e por todas as mulheres que o formam. Guardo com muito carinho os presentes que mandaram e deixo meu desejo forte de encontrar com vocês (logo)."
Segundo alguns colunistas de TV, as atrizes estão insatisfeitas com o desenvolvimento de suas personagens.
Nas redes sociais e na imprensa, foram inúmeras críticas à falta de desenvolvimento das personagens. O núcleo chega a ficar quase duas semanas sem aparecer e quando surgia era, na maioria das vezes, para vivenciar situações banais.