Vendedor alega ter sido agredido por segurança da Feira LGBT

Evento, que integra programação da parada, foi realizado na Praça da República

Publicado em 21/06/2019
Vendedor é agredido na Feira Cultural LGBT em São Paulo
Rafael Tavares conta que também ouviu palavras chulas por causa de sua orientação sexual

O vendedor Rafael Tavares, de 25 anos, afirma que foi agredido por um segurança durante a 19ª Feira Cultural LGBT.

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O evento, que integra programação oficial da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, reuniu milhares de pessoas na Praça da República, zona central da cidade, na quinta-feira 20.

O rapaz diz que foi abordado por nove seguranças que acusavam que ele e um grupo de jovens (que ele não conhecia) haviam roubado documentos.

Dois dos seguranças - um homem e uma mulher - teriam agredido Rafael com tapas e chutes. O vendedor gravou um momento em que um dos policiais o ameaça.

No áudio, divulgado pela TV Globo, o segurança diz: "Se eu pegar vocês pisando, mijando fora do penico, vou cortar com a faca no meio. Está entendendo o que estou falando? Estou sendo bem claro?"

Rafael diz que ele e os outros jovens foram impedidos de retornarem ao evento. Ele foi ao 2º Distrito Policial (Bom Retiro) e fez boletim de ocorrência.

Ao SP1, da TV Globo, o chefe de segurança da feira, Marco Antônio Lopes. negou que alguém tenha agredido o vendedor. 

"Por parte da segurança não houve nenhuma agressão", afirmou Lopes. "O que a gente tem aqui relatado é que a PM acompanhou isso. Estou falando com o comandante da área para a gente fazer a localização desses policiais que acompanharam isso."

"Eles [seguranças] começaram a bater no nosso rosto, creio eu, por causa da nossa opção sexual, porque usavam palavras de baixo calão", disse Rafael.

O chefe de segurança diz que tem relação com todos os profissionais que trabalharam na feira e que se solicitado entregará à polícia.

Em comunicado, a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT), que organiza o evento, afirmou que está verificando os fatos.

"Até o momento, não sabemos se os seguranças são contratados pela ONG ou outra pessoa uniformizada presente no local. Pelo áudio gravado, iremos localizar a pessoa o mais rápido possível", escreveu.

"O que sabemos é que, por ser tratar de uma Feira LGBT e de uma ONG LGBT, nossa equipe é muito bem preparada para tratar com respeito toda a diversidade LGBTQI+. Inclusive, essa feira existe há 19 anos e nunca - em todos estes anos - tivemos qualquer problema deste tipo. Mas, novamente, estamos verificando e tomaremos as medidas cabíveis."


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