ELEIÇÕES 2020
Informações para você e a comunidade LGBT votarem de forma consciente

Veja o que candidatos à prefeitura de São Paulo prometem a LGBT

Análise dos programas de governo registrados no TSE mostra disparidades no compromisso com cidadania arco-íris

Publicado em 01/10/2020
Propostas para gays e LGBT dos candidatos a prefeito de São Paulo em 2020
Das 14 candidaturas, há desde as que ignoram temática LGBT quanto as que citam várias vezes

Em 15 de novembro, São Paulo escolherá quem comandará a Prefeitura pelos próximos quatro anos. É hora de conhecer melhor as propostas de quem postula o posto de chefe do Poder Executivo e, como LGBT, saber o que cada candidatura propõe à nossa comunidade.

 Curta o Guia Gay São Paulo no Facebook

Análise feita pelo Guia Gay São Paulodas 14 candidaturas que disputam a eleição, revelou que quatro ignoraram a questão LGBT. 

Por outro lado, há pleiteantes que citam muitas vezes a diversidade de orientação sexual e identidade de gênero e em diferentes áreas, tais como educação, direitos humanos, segurança pública e saúde. 

O levantamento levou em consideração os programas de governo inseridos na plataforma oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Confira:

Andrea Matarazzo (PSD)

Candidatos a Prefeitura de São Paulo: Andrea Matarazzo (PSD)

No eixo "Direitos humanos", há um tópico específico chamado "LGBTQI+". Nele, o candidato sugere "estabelecimento de parcerias para realização de capacitação e inserção produtiva da população LGBTQI+ em situação de vulnerabilidade".

A segunda e última proposta é da de "realizar atendimento à população LGBTQI+ em parceria com a Secretaria de Assistência Social para receber os tratamentos de saúde necessários e garantir o direito aos benefícios previdenciários, com a regularização dos documentos básicos de identificação".

 

Antônio Carlos (PCO)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT: Antônio Carlos (PCO)

Não há menção a LGBT no programa de governo.

 

Arthur do Val (Patriota)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT:; Arthur do Val (Patriota)

Não há menção a LGBT no programa de governo.

 

Bruno Covas (PSDB)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT: Bruno Covas (PSDB)

Não há menção direta ou proposta específica para LGBT. O mais próximo que chega à questão em seu programa de governo é o tópico "SP para todos", no qual se lê:

"Com ações de inclusão social, de defesa dos direitos humanos, das minorias, das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, a acolhida aos imigrantes, o respeito à diversidade e à igualdade de gênero, o combate ao racismo e a todas às formas de preconceitos e discriminação, (...) Em São Paulo, todas as vidas importam."

 

Celso Russomanno (Republicanos)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT: Celso Russomanno (Republicanos)

Não há menção a LGBT no programa de governo.

 

Filipe Sabará (Novo)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT:: Filipe Sabará (Novo)

Não há projeto voltado especificamente a LGBT. No eixo "Desenvolvimento social e econômico", fala-se de forma generalizada:

"Proteção e Garantia de Direitos Básicos - Todo cidadão de São Paulo tem direitos inalienáveis como ser humano. A Prefeitura trabalhará para garantir esses direitos, articular iniciativas e estabelecer parcerias para promover um ambiente de respeito à diversidade."

 

Guilherme Boulos (Psol)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT: Guilherme Boulos (Psol)

O termo LGBT aparece 39 vezes em sua proposta de governo, transformando-o no segundo candidato que mais se dirige à comunidade arco-íris.

Dentre os 24 eixos de seu programa, há um específico chamado "LGBTI".

Neste eixo, Boulos sugere propostas para a comunidade LGBT em seis áreas. Em saúde, destaca-se a "criação de ambulatórios LGBTI com atendimento de profissionais de saúde".

Em moradia, "criar abrigos para a população LGBTI com atendimento de saúde e encaminhamento para empregos em unidades centrais e periféricas", "criar parcerias com casas de acolhimento organizadas por pessoas LGBTI+" e "retomar a relação entre a Prefeitura e a Casa de Apoio Brenda Lee, transformando-a novamente no espaço de acolhimento e atendimento à população LGBT+ soropositiva".

Em educação, uma das três propostas para o segmento é o de "criar espaços e cursinhos populares pré-vestibular voltados para pessoas LGBTI+ em parceria com movimentos sociais".

No tópico trabalho, o psolista sugere cota para pessoas transexuais e travestis e instituir Feiras Municipais de Empregabilidade Trans, dentre outros pontos.

Dentre as cinco propostas no campo da cidadania, estão a de "fortalecer o programa Transcidadania" e o de "criar serviço específico para retificação de documentos de pessoas trans nas agências do Descomplica".

Por fim, na área de segurança, Boulos sugere "atendimento especializado em delegacias" voltados à população LGBTI+, dentre as propostas.

Além disso, o candidato inclui LGBT de forma mais generalizada (ou reiterando as propostas o eixo "LGBTI") nos eixos "assistência social", "cultura", "esporte e lazer", "juventude", "migração", "mulheres e igualdade de gênero", "população em situação de rua", "saúde" e "segurança pública e direitos humanos".

E também há menção à comunidade na abertura do programa.

 

Jilmar Tatto (PT)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT: Jilmar Tatto

Com 80 citações, o candidato petista é o que mais menciona LGBT em seu programa de governo.

No eixo "São Paulo Protegida", há um tópico específico chamado "Direitos da população LGBTQIA+". Nele, Tatto afirma que "São Paulo é o berço do movimento LGBTQIA+ do país" e que "uma política LGBTQIA+ popular age diretamente na melhoria da qualidade de vida de toda a população".

O candidato elenca 27 propostas para a comunidade LGBT. Dentre elas, a de criar o "Programa Cidadania LGBTQIA+, oferecendo acolhimento para pessoas LGBTQIA+ expulsas de casa e/ou em situação de rua", a "Secretaria Municipal de Políticas LGBTQIA+" e a "Coordenadoria de Direitos LGBTQIA+ nas Subprefeituras".

Tatto também propõe "ampliar os Centros de Cidadania LGBTQIA+", "elaborar e aperfeiçoar cartilhas de prevenção ao HIV/Aids" e "capacitar profissionais de saúde para atendimento ao público LGBTQIA+".

Compõem as propostas ainda a criação de um "Programa Habitacional para a população LGBTQIA+" e a de "casas de convivência para a população T (travestis, mulheres transexuais e homens trans) e fomentar startups "para o desenvolvimento tecnológico e inclusão da população LGBTQIA+".

A comunidade é citada em outras áreas do programa do governo, como em "propostas para a mobilidade do futuro", na qual Tatto quer garantir subsídios para o transporte para alguns grupos da sociedade, como a população LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade.

Em "Esporte e Lazer", há a proposta de "implementar Plano de Ocupação do Espaço Público para a convivência LGBTQIA+, em regiões como Largo do Arouche, Av. Vieira de Carvalho, Praça da República, R. Frei Caneca, R. Augusta - pontos importantes para a população LGBTQIA+". 

Em "Cultura", cita-se a abertura de "equipamentos municipais de cultura à produção cultural da comunidade LGBTQIA+" e fortalecer grandes eventos, como a Parada do Orgulho LGBT.

A comunidade ainda é citada nos tópicos sobre "Comunicação", "Educação", "Habitação", "Mulheres", "Saúde" e "Segurança Urbana e Guarda Civil Municipal", com uso das cores da bandeira LGBT nos uniformes e viaturas da GCM durante o mês de junho.

Joice Hasselmann (PSL)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT: Joice Hasselmann (Psol)

A comunidade LGBT é citada uma única vez no eixo "Saúde: digital e conectada", no qual se lê:

"Há equipes especializadas para atendimento das necessidades de saúde da população indígena, da comunidade LGBT, da população negra etc."

 

Levy Fidelix (PRTB)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT: Levy Fidélix (PRTB)

Não há menção a LGBT no programa de governo.

 

Márcio França (PSB)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT: Márcio França (PSB)

Não há menção a LGBT no programa de governo.

 

Marina Helou (Rede)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT: Marina Helou (Rede)

No eixo "Emancipar pessoas", da candidata da Rede, ha tópico específico para LGBT chamado "Diversidade sexual".

Marina enumera cinco propostas. Uma delas é a de garantir que direitos à comunidade nas políticas públicas implementadas na cidade. 

Outra proposta é a de "articular o Conselho Municipal de Políticas LGBT com coletivos LGBT e sociedade civil tendo como base o Plano Nacional da Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais e o PlanoMunicipal de Combate à Homofobia."

"Capacitar os funcionários públicos (principalmente da saúde e a GCM) ao atendimento humanizado e adequado à população LGBT" é a terceira proposta.

A candidata também propõe "manter e aumentar o número de vagas do programa Transcidadania" e "criar comitês locais articulados pelas coprefeituras dentro do Núcleo de Segurança, Convívio Urbano, Direitos Humanos e Cultura de Paz25, a fim dedesenvolver estratégias para a diminuição de contextos de violência e inclusão da população LGBT".

A comunidade ainda é citada na introdução do programa.

 

Orlando Silva (PCdoB)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT: Orlando Silva (PDdoB)

A comunidade é citada apenas no tópico "São Paulo, cidade que cuida primeiro de quem mais precisa": Entretanto é feita constatação e não proposição.

"É a população LGBTQI+ que tem negado pelo preconceito os seus direitos mais básicos, sempre sujeita à absurda violência."

 

Vera (PSTU)

Candidatos à Prefeitura de São Paulo e as propostas para a comunidade gay e LGBT: Vera (PSTU)

Há um tópico específico chamado "Basta de machismo e Lgbtfobia!", no qual se lê:

"Pelo fim da violência às mulheres e às LGTBs. Aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha: campanhas contra aviolência machista e LGBTfóbica, mais delegacias especializadas 24h por dia e 7 dias por semana, casas abrigo e assistência psicossocial e jurídica paraas vítimas de violência. Criminalização da Lgbtfobia."

No tópico que aborda educação, ainda é citado: "Por uma política de combate ao racismo, machismo, lgbtfobia e xenofobia nas escolas!".


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.