Pessoa 'trigênero' viraliza ao chorar para ser chamada de 'parceire'

Estudante do México flui de identidade. No momento da aula, o alinhamento era à não-binaridade

Publicado em 30/08/2021
Andra Escamilla
Caso de Andra Escamilla tomou jornais e TV. Na internet, houve muitas piadas e críticas

Estudante "trigênero" ganhou repercussão no México por, sob lágrimas, pedir para colega de curso falar "compañere" ("parceire") e não "compañera" (parceira). Durante a aula, a pessoa não estava alinhada ao feminino.

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A reação de Andra Escamilla ocorreu em aula on-line na segunda-feira 23. Andra é pessoa "trigênero", nome que se dá a quem se identifica como homem, mulher e pessoa não-binária. O gênero pode mudar ao longo do dia. 

Durante a aula, Andra estava com pronome neutro na tela. 

O caso parou nos principais jornais do País, foi discutido por programas de televisão e virou motivo para debates em redes sociais.

Na internet, não foram poucas as piadas a respeito de pronomes de tratamento de pessoas não-binárias ou sobre a condição de "trigênero".

Max Carvajal, o aluno que chamou Andra pelo gênero feminino, no próprio vídeo repete sua fala da forma como Andra solicitou e também pediu desculpas posteriormente.

"Não foi com nenhuma intenção de ofender. Sinceramente não sou uma pessoa que tem muita instrução sobre inclusão, em temas como estes de gênero, tentei fazer o melhor que pude", afirmou o estudante ao jornal argentino Clarín.

Ao site Cultura Colectiva, Andra contou que havia tido reação alérgica após tomar a primeira dose da vacina Pfizer contra a covid-19 no fim de semana e que pedia ao professor prorrogação do prazo para entregar um trabalho.

"Eu me senti muito mal com os efeitos colaterais, e quando o professor entrou na aula virtual ele começou a insinuar que eu não 'queria fazer o trabalho', que estava 'perdendo meu tempo' e que 'decidi não fazer fazer o trabalho', mas meu colega começou a falar sobre o furacão Grace, em um assunto fora do contexto, e ele me chamou de 'parceira ', e eu disse: 'Eu não sou parceira, sou parceire'."

Andra disse que há três semestres pedia aos alunos que respeitassem seus pronomes para evitar atos de "discriminação" e "invisibilidade".

"Eu tive um colapso mental naquele momento. Estudar quando você é uma pessoa não-binária é muito complicado porque você tem que enfrentar muita discriminação e falar com um pronome que não é seu", disse.


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