Padre xinga repórter da Globo de 'viadinho' durante missa

Cena de intolerância ocorreu em paróquia de Tapurah, no Mato Grosso

Publicado em 16/06/2021
Padre Paulo Antônio Müller chama Pedro Figueiredo de viadinho
Religioso afirmou que Pedro e Erick não formam um casal

Durante missa na Paróquia NSA de Tapurah, no Mato Grosso, um padre se referiu a homossexuais como "viadinhos" e pregou contra a união homossexual.

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Em vídeo, transmitido no último dia 13, o padre Paulo Antônio Müller aparece destratando os repórteres da TV Globo Pedro Figueiredo e Erick Rianelli.

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Os dois são casados e viralizou este ano - principalmente dentre homofóbicos - declaração de amor feita por Erick ao marido no Dia dos Namorados, em 2020, durante o telejornal RJ1.

"A gente faz namoro não como a Globo apresentou durante essa semana, dois viado, desculpa dois viado (sic)", diz o religioso, no púlpito.

"Um repórter com um viadinho chamado Pedrinho. Aliás, Felipe", diz. E o padre ironiza fala de Erick: "Prepare meu almoço que tô chegando, tô com saudade. Ridículo".

E aconselha seus fiéis: "Por favor, que esta não seja a sua cabecinha também, tá? Nem do seu filho, nem da sua filha."

"Pega a Biblia, olha o livro do Gênesis. Deus criou homem e mulher. Isso que é casamento."

"Que chamem união de dois viado (sic) e duas lésbicas como querem, mas não de casamento. Por favor! Isso é falta de respeito para com Deus."

E continua: "Isso é sacrilégio, é blasfêmia. Casamento é coisa bonita e digna. O sentimento e o amor são marido e mulher. Homem e mulher."

 

 

No Twitter, Pedro Figueiredo comentou o episódio e pediu compaixão. "Foi espontâneo, foi sincero, mas também foi um canhão de afeto. Inspirou e representou muita gente. Agora, um ano depois, voltou a viralizar. Dessa vez acompanhada por mensagens de ódio", escreveu.

"Temos um profundo respeito por todas as religiões. Acreditamos no afeto e em seu poder de transformação. A Oração de São Francisco diz: 'Onde houver ódio, que eu leve o amor'. É assim que vamos seguir em frente. Obrigado a todas as mensagens de carinho que temos recebido."

 

 

Por meio de nota, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso afirmou que vai investigar as declarações do padre.

"O Ministério Público Estadual, por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa dos Direitos Humanos e Diversidades, repudia qualquer tipo de discurso de ódio. Reitera que as declarações efetuadas pelo padre extrapolaram a liberdade religiosa e que podem até mesmo resultar na propositura de medidas extrajudiciais, de ação civil pública por dano moral coletivo causado à sociedade, bem como ação penal, por eventual crime cometido", afirmou a instituição.


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