Ex-neonazista se livra da prisão por ele já ter 'sofrido como trans'

Taylor Parker-Dipeppe integrou grupo supremacista branco e foi acusado de ameaçar jornalistas

Publicado em 03/04/2021
Taylor Parker-Dipeppe trans nazista
Grupo de americano de 21 anos já matou judeu gay e planejou ataque a boates homossexuais 

Juiz decidiu por não condenar à prisão homem que era neonazista de 21 anos levando em consideração o julgado ser transexual e "ter sofrido demais na vida".

Curta o Guia Gay no Instagram

Taylor Parker-Dipeppe, de Spring Hill, na Flórida, foi acusado no começo de 2020 junto com outros três membros da Divisão Atomwaffen, um grupo de supremacistas brancos.

Eles ameaçavam jornalistas e deixavam nas janelas das casas desses profissionais cartazes com suástica e dizeres tais como "Você foi visitado por seus nazistas locais".

Em setembro, Taylor confessou-se culpado de conspiração por enviar comunicações ameaçadoras e de cometer perseguição virtual.

Segundo a agência Associated Press, o procurador-geral assistente Thomas Woods reconheceu a infância conturbada do réu, mas pediu pena de prisão de 16 meses, escrevendo em memorando de sentença que Taylor "instilou terror em suas vítimas e contribuiu para o amplo sentimento de medo e mal-estar que muitos grupos neste país compreensivelmente sentem".

O advogado do reú, Peter Mazzone, disse que a prisão seria devastadora para seu cliente, que sofreu abuso do pai e do padrasto alcoólatra e de valentões na escola que o atormentavam.

Taylor cresceu em Egg Harbor, no Estado de Nova Jersey, e desde os cinco anos se identificava como menino. Seu pai teria jogado fora suas "roupas masculinas" que sua mãe comprou e abusou dele fisicamente, incluindo tentativa de estrangulamento.

No início da adolescência, Taylor ganhou processo contra a escola em que estudava por não tê-lo protegido de bullying e recebeu indenização de US$ 50 mil (cerca de R$ 285 mil).

Ele se mudou para a Flórida para viver com a mãe e o padrasto e um dia apanhou do homem, que chegou bêbado em casa.

"Isso o levou a buscar aceitação e, infelizmente, ele a encontrou com esses idiotas”, disse Mazzone, referindo-se ao grupo de cerca de 10 jovens, a maioria de 15 e 16 anos, que compunham a célula Atomwaffen da Flórida.

Em audiência virtual, na quarta-feira 31, o juiz distrital John C. Coughenour disse: "Nenhum de nós sofreu a difícil situação que este réu enfrentou como resultado de sua identidade de gênero. ... Basta." E determinou que o caso estava encerrado.

A Atomwaffen foi formada em 2016 e é associada a vários assassinatos, incluindo o de um jovem gay judeu, Blaze Bernstein, de 19 anos, em fevereiro de 2018, e de planejar a colocação de bombas em boates gays.

Mais de uma dúzia de pessoas ligadas ao grupo supremacista ou uma ramificação chamada Feuerkrieg foram acusados de crimes em tribunal federal nos últimos cinco anos.

Taylor era do baixo escalão da organização. Sua célula na Flórida era responsável por ameaçar jornalistas que faziam cobertura negativa do grupo na mídia.

Ele confessou o crime para sua mãe após colocar um dos cartazes em uma casa errada. Taylor teve medo que os membros do grupo descobrissem que ele é transgênero.

Ele foi expulso da organização. Ao confessar o crime, o rapaz passou um mês sob custódia até ser libertado para esperar o julgamento. Na audiência, Taylor chorou e se disse arrependido.


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.