Foi aprovado, na sexta-feira 26, pelo Parlamento da Eslováquia, pacote de medidas que restringem direitos da população LGBT.
A emenda constitucional proíbe adoção que não seja realizada por casais heterossexuais casados e as barrigas de aluguel, além de determinar que o país reconhece "apenas os sexos masculino e feminino".
Dos 150 deputados, 90 votaram a favor do pacote - não só os democratas-cristãos, mas também 12 políticos da oposição, que contrariaram orientações partidárias. Segundo a Veja, o ex-premiê Igor Matovic classificou os dissidentes como "traidores".
A aprovação da emenda foi considerada um "passo histórico" pelo primeiro-ministro Robert Fico, líder de coalização populista e nacionalista.
"Esta não é uma pequena represa, mas uma grande barreira contra o progressismo", discursou Fico.
Para analistas políticos, o primeiro-ministro não está preocupado com LGBT, mas, sim, em jogar uma cortina de fumaça para desviar atenção de medidas de austeridade e problemas estruturais na sociedade.
Ainda que a oposição considere as medidas aprovadas como um risco à posição da Eslováquia dentro da União Europeia - correndo o risco de sofrer sanções -, o presidente do país, Peter Pellegrini, afirmou que assinará a emenda.
A Anistia Internacional condenou a emenda e disse que o país, dessa forma, se aproxima de nações como Hungria e Rússia, que cerceiam direitos humanos. No último ano, Fico se reuniu quatro vezes com o presidente russo, Vladimir Putin, o que já havia causado incômodo na União Europeia.