O deputado federal André Janones (Avante-MG) teve mandato no Congresso suspenso por três meses por falas homofóbicas contra o também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
A decisão foi aprovada no Conselho de Ética da Câmara, na terça-feira 15, por 15 votos a 3. Ainda cabe recurso.
As falas consideradas problemáticas ocorreram na sessão do último dia 9 na Câmara, que envolveu um grande bate-boca e agressões físicas.
O tumulto se iniciou quando Nikolas foi à tribuna ler a carta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciando que taxaria em 50% os produtos vindos do Brasil.
Janones teria provocado o colega mineira denominando-o de "Nicole" e de "cadelinha" e foi chamado de "rachadinha" pelos congressistas bolsonaristas.
O deputado disse ter sido agredido, na sequência, por uma "tropa de choque bolsonarista" composta por 12 parlamentares.
Alguns deles teriam apalpado sua bunda e pênis e lhe dado socos nas costas. A polícia legislativa foi chamada e Janones afirma que prestou queixa e diz que também ouviu ofensas homofóbicas.
Sobre a fala a respeito de Nikolas, Janones não se desculpa e explica que o trata pelo pronome feminino desde que o deputado colocou uma peruca na tribuna, no Dia Internacional da Mulher, para desrespeitar mulheres transexuais.
O pedido de afastamento de Janones foi proposto pela Mesa Diretora da Câmara, comandada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Antes, no entanto, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) acionou a Corregedoria.
O relator, o deputado Fausto Santos Jr. (União Brasil-AM) apresentou parecer favorável à suspensão, mas reduziu a punição inicial que era de seis meses de suspensão.
Janones não compareceu à boa parte da reunião e foi representado por seu advogado, Lucas Marques.
Durante o período suspenso, o parlamentar não recebe o salário de R$ 46,3 mil bruto nem qualquer outra verba da Câmara. Seu gabinete ficará desativado e os assessores serão exonerados.