Uma das festas que demarcaram território e conquistaram seu espaço em São Paulo, a Brutus Party comemora seu primeiro aniversário no próximo sábado 27 na Casa da Luz.
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Com pegada fetichista, a label ajudou a popularizar os harness, bastante usado pelos frequentadores, que estão liberados para irem com qualquer acessório - ou até ficarem nus.
"A Brutus nasceu de outra festa. Ano retrasado, nós fizemos junto com um amigo de Nova York uma festa chamada Harder, que ele organiza lá, e trouxemos o [duo eletrônico norte-americano] Fischerspooner", relembra Alexandre Bispo, coprodutor da Brutus, em entrevista ao Guia Gay São Paulo.
Bispo conta que apesar do sucesso, a distância impediu que o amigo continuasse com eventos na cidade. "Então, os gays conheceram a Casa da Luz por causa dessa festa. Depois, o Fernando Britto, que é meu sócio, e um amigo nosso chamado Fabio Tolosa, tiveram a ideia de fazer uma festa nos mesmos moldes. Como eu já tinha organizado aquela outra festa, eles me ofereceram para entrar de sócios na Brutus. O Fábio acabou não ficando conosco, mas a ideia nasceu ali", conta.
Para o DJ e produtor, uma das maiores responsáveis pelo sucesso da festa é a divulgação nas redes sociais, e, mais do que isso, a maneira como os organizadores interagem com os frequentadores.
"Criamos uma identidade visual bacana... Nós trabalhamos bastante para que a festa aconteça e nos empenhamos muito na divulgamos, no Instagram e no Facebook. Nós nos dedicamos muito ali. Respondemos a todas as mensagens, sempre, conversamos com os clientes. Temos um atendimento ali que outros lugares talvez não tenham. Acredito que fazemos um tratamento diferenciado e muito do sucesso da Brutus vem do carinho que temos com os clientes."
Além de Bispo e Britto, o gerente da Casa da Luz, Oscar Bueno, também é sócio da label. "Foi ele quem nos sugeriu fazer a primeira festa lá", conta Bispo. "Nos damos muito bem. Cada um faz a sua parte muito bem feita. No começo a gente não esperava que fosse ter a repercussão toda que está tendo. Ficamos felizes que as pessoas tenham comprado a ideia."
Berlim e cheiro de couro
"Nossa ideia era fazer a festa nos moldes de Berlim, com pegada fetichista, mas nos moldes de som mais berlinense, porque a gente gosta muito de lá. Então, a gente pega mais techno, house, um pouco de disco, um pouco de pop, é bem mesclado, a gente não se apega a padrões muito pop. A gente é uma festa que vai para o lado mais underground mesmo."
Bispo revela que eles não tinham noção de que a festa seria adotada pelo público leather. "Foi por acaso, ela caminhou para esse lado. Quando a gente pediu para o rapaz fazer o flyer, nós mandamos uma foto do [fotógrafo Robert] Mapplethorpe, de uma cueca de couro. E aí os leathers compraram a ideia da festa."
"Foi muito legal porque a gente não premeditou, a gente não pensou. Só depois que eles apareceram na primeira festa, que a gente falou: 'Temos um público aí em potencial'. E virou nosso público alvo, é o pessoal que mais ajuda a gente. Eles nos auxiliaram muito a ser quem nós somos, a ter essa identidade, essa pegada leather é por conta do interesse que eles tiveram."
O objetivo dos organizadores é que a festa cresça ainda mais. Eles participarão, junto da Ursound, da Virada Cultural, que será realizada no fim de semana de 18 de maio.
"Na tentativa e erro, estamos aprendendo muito. E queremos nos aprimorar sempre e que a Brutus se torne uma festa maior", finaliza Bispo.
Como de costume, a edição deste sábado tem dark room e cinema que passa filmes pornôs das décadas de 1970 e 1980, além de promoções de bebidas e apoio do Guia Gay São Paulo, Scruff, Masculicidade, H Monde, Triton e Yes Sir.
Mais informações sobre a edição comemorativa você tem em nossa Agenda clicando aqui.
