Ezatamentchy é envolvido em suposto caso de corrupção na parada

Denúncia trata de repasse que teria sido feito pelo coordenador Ivan Batista a empresas privadas

Publicado em 15/08/2018
Ezatamentchy: trio do canal LGBT foi cedido irregularmente por Ivan Batista, diz processo movido por Eloísa Arruda
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O imbróglio da Coordenação de Políticas LGBT durante a parada LGBT de São Paulo em 2018 envolveu marcas conhecidas voltadas ao público arco-íris.

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Entenda: o coordenador da pasta, Ivan Batista, que está afastado, é acusado de repassar trios da Prefeitura para empresas privadas sem licitação ou chamamento público, e ainda ter feito negociações em dinheiro.

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A denúncia foi feita pela ex-secretária de Direitos Humanos, Eloísa Arruda, exonerada na semana passada. A apuração será feita pelo Ministério Público de São Paulo (MP).

Segundo a CBN, as empresas LGBT receberam trios elétricos de Batista e venderam cotas de patrocínio por valores entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. As logomarcas de patrocinadores foram exibidas no evento sem que a Prefeitura ganhasse nada com a negociação.

Um dos trios (o oitavo a desfilar) foi ocupado pelo canal Ezatamentchy. Nele, de acordo com a reportagem, cinco empresas exibiram suas logos e ganharam acesso à parte interna do trio. As cotas custaram até R$ 15 mil.

Uma das marcas foi a da hamburgueria Castro Burger. Sócio-proprietário do restaurante, Luiz Felipe Granata contou que fez permuta com o Ezatamenchty e que acreditava tratar-se de negócio dentro da legalidade.

"Na verdade, o Estevão [Delgado], que é do canal Exatamentchy nos procurou porque ele gostaria de fazer um esquenta em forma de café da manhã. O canal tinha um trio na parada e em troca do café da manhã ele fez posts no Instagram e divulgou nosso logo junto do material de convite de divulgação que estaria envolvido junto do trio, como se fosse apoiador. Como eu sei que aquele carro é público? Ou se ele é pago ou não é pago. Aí não cabe a mim", disse Granata.

Os patrocinadores que pagaram, depositaram em conta bancária em nome de empresa aberta por Gustavo Henrique Igor da Silva, produtor do canal. A sede fica em condomínio residencial em Americana, no interior de São Paulo.

Estevão não quis gravar entrevista com a rádio CBN e confirmou apenas que recebeu o trio de Ivan Batista e usou o dinheiro que recebeu das empresas apoiadoras para pagar seguranças, transporte e atrações.

Outro trio foi cedido ao TV Papo Mix. O diretor do canal, Emerson Marcelino, contou que combinou com o coordenador que eles teriam controle de acesso ao trio e 40 pulseiras para poder convidar personalidades.

Há cerca de um mês e meio, a Coordenação de Políticas LGBT está sem titular oficial. Batista foi afastado, mas não exonerado. O novo coordenador indicado, Marcos Freitas, tem dado expediente, mas sua nomeação não foi publicada - ele não tem salário nem sequer crachá para entrar no prédio da pasta. 

Tal confusão levou à demissão de Eloísa Arruda pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).


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