Ambulante tenta defender morador de rua gay e morre espancado

Crime ocorreu dentro da estação Pedro II da linha Vermelha do metrô de São Paulo

Publicado em 26/12/2016
Ambulante é espancado e morto ao tentar defender morador de rua gay na estação Pedro II do metrô de São Paulo
Agressores usavam soco inglês. Foto: Reprodução/TV Globo

Atualizado às 20h30.

Por solidariedade ao próximo, um ambulante morreu dentro da estação Pedro II, da linha 3-Vermelha do metrô de São Paulo, na noite do domingo 25.

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O vendedor Luiz Carlos Ruas, de 54 anos, trabalhava na entrada da estação quando dois homens começaram a agredir um morador de rua homossexual. Uma travesti tentou impedi-los e também passou a ser agredida.

Pelas câmeras dentro da estação do metrô, é possível ver a travesti fugindo dos agressores. O ambulante, na tentativa de defendê-los, é jogado no chão pelos homens e agredido com inúmeros chutes e socos.

Quando a esposa da vítima, Maria Aparecida Cavalcanti, chegou, o encontrou caído no chão, com o rosto desfigurado. Luiz Carlos foi levado ao Pronto Socorro Vergueiro, mas não resistiu aos ferimentos.

O vendedor era paranaense, estava em São Paulo há mais de 40 anos e há 20 anos trabalhava nas imediações da estação, que fica no bairro do Brás, na Zona Leste da cidade. "O mundo acabou para a família. Ele era a fortaleza, sustentava, ajudava todo mundo. Ele era muito conhecido aqui", lamentou a esposa à Rádio Bandeirantes.

A polícia identificou os criminosos. São os primos Alípio Rogério Belo dos Santos e Ricardo Nascimento Martins. Eles estão foragidos e devem se entregar na terça-feira 27.

Como foi identificado um soco inglês na posse de um deles e como os primeiros agredidos são LGBT, a hipótese é que a agressão inicial tenha sido motivada por homo e transfobia.

As primeiras informações apontavam que as primeiras vítimas de agressão dos dois homens eram dois homossexuais (ou até mesmo um casal gay) - a própria esposa do ambulante declarou que eram homossexuais. A polícia chegou a tratá-los ambos como travestis, mas reportagem da TV Globo esclareceu que se trata de um homossexual e uma travesti.

A ocorrência foi registrada primeiramente na Delegacia do Metrô (Delpom) e após a morte da vítima foi repassada para a Central de Flagrantes da Delegacia dos Jardins (78º DP). A investigação segue agora no Decradi - Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.


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