Musa gay e defensora de LGBT, Elke Maravilha morre aos 71 anos

Perde-se seu grande sorriso, seus figurinos extravagantes e sua luta contra a discriminação

Publicado em 16/08/2016
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Para atriz, gays estão na terra por controle de população e para fazer arte e filosofia

Menos um grande sorriso e uma mente incrível para o Brasil e para o trabalho pela cidadania LGBT. A atriz, manequim e apresentadora de TV Elke Maravilha, de 71 anos, morreu à 1h da terça 16 no Rio de Janeiro. Ela estava internada há um mês devido a cirurgia para tratar uma úlcera. Entretanto, houve complicações. 

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De origem russa, Elke veio para terras brasileiras ainda criança e sempre declarou grande amor ao País. Tornou-se conhecida nacionalmente por seu trabalho como jurada tanto do programa de Sílvio Santos e de Chacrinha. Como atriz, destacam-se seus trabalhos no filme Xica da Silva (1976) e na minissérie Memória de um Gigolô (1986), da TV Globo.

Suas marcas eram grandes perucas, figurinos extravagantes, maquiagem forte, gargalhada ecoante e palavras muito sábias sobre a vida. Sua ligação com o meio artístico e sua educação, como já declarou, a fez muito próxima de homossexuais e defensora de nossos direitos, mesmo que, às vezes, de uma forma muito peculiar. 

Elke, que chegou a celebrar um casamento homo em BH em 2015 e tinha grande identidade com homossexuais, nos deixou grandes pensamentos e, claro, muitas tiradas, já que seu bom humor é outra grande característica que vai nos fazer falta. 

Veja alguma de suas frases! 

"Forças ocultas tiraram meu programa do SBT do ar. Ninguém me deu explicações, mas tenho duas hipóteses. Quando eu dava 3, 4 de ibope, estava bom. Quando subiu para picos de 15, tiraram do ar. Não sei qual o problema deles com ibope. Mas a verdade é que o programa saiu do ar no dia seguinte que coloquei um casamento gay no ar."

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“A moral não está no meio das pernas, como muita gente pensa.”

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"Por que os gays provocam? Porque são diferentes. A maioria acha que sou travesti, e às vezes vem perguntar. Digo: 'Sou e tenho um pau desse tamanho, quer ver?'. E aí saem correndo, tadinhos."

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"O homem, quando vai virar mulher, ele quer mais: ele soma e multiplica. Até na hora de virar mulher o homem é melhor do que a gente." 

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"Meu pai me mostrava porco gay, pato gay... Quando eu vi gente gay achei normal. Não ficava com aqueles ranços de conceitos e preconceitos. Quem não conhece a mãe natureza se considera livre para jogar bosta na Geni. Graças a Deus, tive uma boa educação."

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"Acho o casamento gay legal, mas que graça tem sem poder ter filho?"

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"A mãe natureza mandou gays para não haver tanta superpopulação. E para fazer arte, fazer filosofia."

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Na entrevista abaixo, ela critica fortemente a cantora Joelma por ter comparado homossexualidade a vício em drogas e disse ter passado a gostar mais de Daniela Mercury após a cantora dar visibilidade ao relacionamento com uma mulher.


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