Risco Festival inclui debates, música e literatura em SP

Com programação gratuita ou a preços populares, evento tem questões de gênero como um de seus focos

Publicado em 03/12/2018
Teen Trans, mangá de Leho de Sosa integra a programação do Risco Festival
Mangá 'Teen Trans', de Leho de Sosa, será lançado no Museu da Imagem e do Som

A partir da próxima quinta-feira 6 e até o dia 16 vários espaços da cidade recebem o Risco Festival.

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Gênero, sexualidade, negritude, velhice e deficiência são alguns dos motes do evento que conta com 18 atividades - três delas integram o Festival de Direitos Humanos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.

Dentre os destaques do festival, idealizado por Natalia Mallo e Gabi Gonçalves, há o bate-papo com ativista trans e fotógrafa uruguaia Delfina Martinez, que falará com o público sobre arte, ativismo e política pública no dia 9, às 20h.

Delfina Martinez é coordenadora artística da Semana de Arte Trans promovida pelo governo de Montevideo e uma das lideranças que lutaram pela aprovação da Lei Integral Trans no Uruguai, sancionada em outubro passado.

Após a conversa, o público poderá conferir The Tribe - a jornada fotográfica de Simone Harris, em busca da autodescoberta e ao fortalecimento de sua comunidade. Simone é consultora de indústrias culturais e criativas, dançarina profissional e ativista LGBT. Ela também é estrategista de turismo do Ministério do Turismo da Jamaica com 15 anos de experiência em artes, entretenimento e cultura.

No dia 11, dentro do Encontro de Reflexão Risco - Curadoria como Gesto, há a apresentação multimídia do projeto Família Stronger, de Paulo Mendel e Vitor Grunvald. Trata-se de um projeto documental de narrativa transmídia sobre um coletivo LGBT da periferia de São Paulo, no qual todos os membros assumem o mesmo sobrenome e relações de parentesco. O trabalho inclui uma árvore genealógica interativa, vídeoretratos, e documentários de curta e longa metragem.

Outra atração é a estreia do show Trava, no dia 12. O espetáculo contará com performance coletiva de abertura com artistas convidadas e, após o show, a noite continua com a discotecagem do DJ e produtor Nelson D.

No repertório, Chico Buarque, Rômulo Fróes, Batatinha e Paulinho da Viola, dentre outros, em interpretações que redimensionam discursos a partir de um corpo que diz, canta e grita suas mazelas e prazeres.

No mesmo dia, o artista plástico uruguaio Leho de Sosa vem ao Brasil para lançar Teen Trans, mangá de heróis sem identidade secreta. O trabalho do ativista foi criado com o intuito de visibilizar infâncias e adolescências dissidentes. Sua primeira edição foi realizada com o apoio da Secretaria da Diversidade do governo da cidade de Montevidéu. 

Além do lançamento do mangá, e voltada também ao público adolescente, acontece também a leitura do texto teatral Queima, versão em português de Scorch, escrita por Stacey Gregg (Reino Unido). Neste monólogo é contada a história do "primeiro amor" pelos olhos de uma adolescente que está questionando o próprio gênero.

A peça será lida coletivamente por um grupo de jovens, e traz um personagem adolescente chamado Kes, pessoa que apesar de ser criada e lida como mulher, tem uma identificação crescente com personagens masculinos em videogames e filmes.

Quando Kes encontra Julia em jogos online, e esta acredita que Kes é um menino, começam um relacionamento. Quando Julia descobre a verdade sobre Kes, isso desencadeia um turbilhão de confusão para Kes e sua família. E cria um problema com a Justiça. A leitura será seguida de uma conversa com o público com o tema "Adolescência e questionamentos de gênero". Para a conversa serão convidados jovens e seus pais, mães e cuidadores bem como pensadores e ativistas. 

Já no dia 15, acontece o encontro Ausência e urgência: os corpos trans e não binários nas artes e na vida, em memória de Matheusa Passareli. A conversa contará com as falas de Gabe Passareli - performer, educadora e terapeuta ocupacional - que apresentará parte da trajetória, pesquisas e projetos de Matheusa, sua irmã.

Além dela participam os artistas Virginia de Medeiros e Jonas Van Holanda, ambos jurados da 6ª edição do Prêmio EDP nas Artes, que farão a leitura pública de alguns trabalhos de Matheusa, com comentários sobre sua produção artística; e Diran Castro, educador atuante em instituições como Museu Lasar Segall e Fundação Bienal, artista plástico e prostituto.

Matheusa, assassinada há cerca de sete meses, no Rio de Janeiro, estudava no curso de Artes Visuais na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. A conversa será aberta para participação do público e terá a mediação da curadora Luise Malmaceda, do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake. 

Conversa: Arte, ativismo e política pública com Delfina Martinez
Domingo, 09/12, às 20h, no Aparelha Luzia (Rua Apa, 78, Campos Elíseos). Entrada gratuita.

Show: Trava com Marina Matheus e banda + after com DJ Nelson D
Quarta, 12/12, às 21h, no Teatro de Contêiner (Rua dos Gusmões, 43, Santa Ifigênia). Entrada: R$ 20

Lançamento: mangá Teen Trans
Quarta, 12/12, às 19, no Museu da Imagem e do Som - MIS (Avenida Europa, 158, Jardim Europa). Entrada gratuita.

Leitura do texto teatral Queima + bate-papo "Adolescência e questionamentos de gênero"
Quarta, 12/12, às 20h, no MIS.

Encontro. "Ausência e urgência: os corpos trans e não binários nas artes e na vida"
Domingo, 15/12, às 18h, no Instituto Tomie Ohtake (Rua Coropé, 88, Pinheiros). Entrada gratuita.

 


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