Com 5 solos, peça 'Rio Diversidade' retorna a São Paulo

Cenografia estonteante e interpretações irrepreensíveis moldam o espetáculo que fala de temática LGBT

Publicado em 16/07/2018
Peça Rio Diversidade: cinco peças curtas tratam de temas LGBT
Gabriela Carneio da Cunha está em monólogo que fala de intersexualidade. Fotos: Divulgação

Com cinco solos, o belíssimo espetáculo Rio Diversidade retorna a São Paulo nesta semana para uma rápida temporada no Sesc Avenida Paulista.

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A montagem, que fez apresentações na capital paulista em 2017, volta com uma peça a mais. Ao todo, são cinco peças curtas, de cerca de 20 minutos cada, que tratam de temas caros à comunidade LGBT.

A novidade é o solo Ofélia - A Travesti Gorda, de Helena Vieira e direção de Rodrigo Abreu. No palco, Magô Tonhon vive uma travesti viciada em Coca-Cola e que se confronta com as roupas pequenas, a imposição da magreza, a depressão e a vida sexual de uma mulher fora dos padrões estéticos.

Em Genderless - Um Corpo Fora da Lei, Larissa Bracher interpreta a história real de Norrie May-Welby, uma pessoa australiana que travou uma luta com a Justiça de seu país para ser reconhecida como "sem gênero específico".

Magenta Dawning comanda as peças curtas de Rio Diversidade
Personagem de Bruno Henríquez, Magenta Dawning se apresenta entre as peças

Com texto de Marcia Zanelatto e direção de Guilherme Leme Garcia, a peça reflete sobre gêneros masculino e feminino e os conflitos entre as identidades sexuais e as estruturas sociais.

Uma mulher presa dentro de um "armário-sala" é o ponto de partida de Como Deixar de Ser. Cris Larin divide com a plateia o peso de não ter coragem de assumir quem verdadeiramente é e revela seus desejos mais profundos. O texto é Daniela Pereira de Carvalho e a direção de Renato Carrera.

Outra história real baseou o texto de A Noite em Claro, de Joaquim Vicente. O autor lembra que estava impactado com o assassinato do diretor de teatro Luiz Antônio Martinez Correa, na década de 1980, quando recebeu a visita de um amigo famoso.

Este amigo contou que havia passado "a noite em claro" com o possível assassino de Correa. O relato foi transformado na peça e encenado pelo bonitão Thadeu Matos e direção de Cesar Augusto.

Thadeu Matos vive assassino gay em Rio Diversidade.
Thadeu Matos faz peça sobre assassino que pode ter matado diretor teatral

Por fim, A Flor Carnívora fala de uma sociedade vegetal que a mostra a insurgência das plantas contra a plantação de soja que quer dominá-las. Gabriela Carneiro da Cunha interpreta a flor carnívora que afirma o hermafroditismo das plantas e fala de intersexualidade e protesta contra o homem com intensa necessita de catalogar tudo. O texto é de Jô Bilac e a direção de Ivan Sugahara.

Todas as cenas são costuradas pela presença marcante e debochada da drag queen Magenta Dawning. A cenografia das peças impressiona tanto quanto a dramaturgia. Impossível não se emocionar com atuações dilacerantes que tratam diversas questões pertinentes a LGBT. Em uma palavra só: imperdível!

Rio Diversidade tem apresentações de quarta a domingo somente nesta semana. Mais informações você tem em nossa Agenda clicando aqui.


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